domingo, 14 de junho de 2015

Revoltas, rebeliões e conflitos políticos

A ocupação colonial não foi pacífica. Os moçambicanos impuseram sempre lutas de resistência com destaque para as resistências chefiadas por Mawewe, Muzila, Ngungunhane, Komala, Kuphula, Marave, Molid-Volay e Mataca.

A resistência no sul de Moçambique
No início do século XIX, Lourenço Marques, era uma pequena povoação onde viviam alguns comerciantes portugueses as suas famílias e um governador representando o rei de Portugal. Este obrigava a população a pagar imposto que se chamava de “imposto de palhotas”.
Em 7 de Novembro de 1894, deu-se a batalha de Coalela. Os portugueses organizavam-se para o ataque em forma do quadrado, esta chamava-se de tática de quadrado. Em 28 de Dezembro de 1895, os portugueses atacaram a capital do império de Gaza (Manjacaze), nesta batalha os portugueses utilizaram metralhadoras, cavalos e chefiados por Mouzinho de Albuquerque. O Ngungunhane, imperador de Gaza, e Matibjane, chefe de Zixaxa, foram presos e deportados para a Ilha de Açores (Portugal) onde vieram a falecer.
Continuando os portugueses no território, a luta de resistência contra os colonialistas também continuou com o novo chefe Maguiguane. Este resistiu heroicamente aos portugueses, organizou revoltas populares atacando com sucesso os postos militares dos portugueses.
Em oito de agosto de 1897, deu-se a batalha de Macontene. Nesta batalha os portugueses utilizaram metralhadoras, cavalos, sipáios. Os nossos guerreiros utilizavam lanças, setas, e espingardas de carregar pela boca.

A resistência no norte de Moçambique
Também no norte de Moçambique houve forte resistência do povo à ocupação colonial portuguesa.
Desde 1895 até 1940 foram travadas violentas e sucessivas batalhas. Os principais chefes que se distinguiram foram Mocutu-Munu e Ibrahim (Monapo e Ilha de Moçambique).
Os Namarrois, povo desta região utilizavam uma tática diferente dos guerreiros de Gaza, eles utilizavam a emboscada que consistia na maior movimentação dos guerreiros em pequenos e grandes grupos. Aproveitavam as montanhas, árvores e capim alto para se esconder e atacavam de surpresa os colonialistas portugueses.
A emboscada atrapalhava muito os soldados portugueses, por isso sofreram constantes derrotas.
As guerras dos Namarróis, começou em Outubro de 1896 e depois de defendidos os combates por onde participaram travadores do norte e sul com apoio de Mouzinho de Albuquerque. Outros chefes destacados são: Farlahi, de Angoxe, Mataca, de Niassa, e Mussa-Quanto, de Nampula. A principal batalha foi no quartel de Parapato em 1905 e distribuição de vários quartéis portugueses até Mongicual. Farlahi foi preso em 1910 e foi deportado para a Guiné onde veio a morrer em 1918. Também em Cabo Delgado, os guerreiros do Planalto de Moeda resistiram heroicamente até 1920.

A resistência no centro de Moçambique
Na região central, antigos chefes de Báruè resistiram de modo tenaz durante muitos anos chefiados por Cambuemba.
Cambuemba foi derrotado em 1902 quando os portugueses utilizaram um grande número de soldados, metralhadoras e canhões. Em 1917 os colonialistas portugueses obrigaram a população a participar na construção de estradas e a alistarem-se no exército português. A este descontentamento chamou-se a Rebelião de Báruè.
A população de Báruè, Tete, Manica e Sofala, revoltaram-se contra estas decisões durante cinco anos, os portugueses não conseguiram derrotar o povo de Báruè.
Porém, superioridade das armas dos portugueses, a falta de união entre os Moçambicanos e a traição de alguns chefes, enfraqueceu a heróica resistência do nosso povo.
 A ocupação efetiva de Moçambique prolongou-se até 1920. Não obstante as lutas de resistência contra o colonialismo português continuaram sob diversas formas até a independência.


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